quinta-feira, 14 de agosto de 2008

A distância

Essa é pros amores distantes
Amores que não se cruzam
Amores que não se vêem
Amores que não se beijam
Amores que não se tocam
Amores que não se abraçam
Amores que não transam

Essa distância que atrapalha
Que deixa o desejo reprimido
Desejo de ter o outro ao lado
Em cima, em baixo, atrás, a frente
Ao redor
Por todos os lados preenchendo todos os seus espaços vazios
Preencher aquele oco que se instalou dentro de si
Como preencher se estas longe?

Olhos expressivos que falam tudo sem emitir um único som
Olhos que mostram o desejo, a vontade
Os dentes que mordem os lábios
A boca que retorce e espera um beijo
Mãos inquietas que suam, que tocam
Dedos que se entrelaçam

Corpo vazio
Cabeça cheia
Coração agitado
O pensamento que voa, que confunde
Dúvidas e incertezas
Medos e anseios
É o mal dos amores distantes
Esse espaço que fica entre ambos nos faz pensar demais e agir menos
Pensar demais pode ser uma medida de cautela
Mas também pode ser um atraso
Pra se entregar de verdade
Ou se abre os braços e se joga
Ou os fecha e vai embora
Ambas as escolhas tem seus riscos e benefícios
Ou se quebra a cara ou serás feliz
Eu continuo apostando na segunda opção

Mas e o frio na barriga que me dá?
Não, não vou deixar atrapalhar
Dessa vez não
Como num cassino em Las Vegas
Aposto mais uma vez minhas fichas nesse jogo de ganhar e perder
Não acontecerá nada que meu coração não seja capaz de suportar

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