terça-feira, 1 de julho de 2008

Brilha brilha estrelinha

Ontem fui ao shopping comigo mesma comprar um presente para o papito que completa nessa semana meio século! Nossa falando assim parece tempo pra caraleo, e fico pensando e torcendo também pra que um dia eu chegue nessa idade, inteira!
Mas são outras coisas que me levam a escrever esse texto hoje.
Ao mesmo tempo em que o meu passeio pelo shopping foi um tanto quanto depressivo ao caminhar por entre casaizinhos felizes (sim estou no meu momento odeio casais!), enquanto me afogava entre lágrimas contidas e um lanche gordura trans total fiquei filosofando sobre a vida vendo as pessoas que passavam por mim. Shoppings nem sempre são coisas fúteis, é interessante parar e ficar observando as pessoas, é incrível a variedade de espécies humanas que aparecem. É coisa de gente psica, mas eu gosto de observar pessoas e imaginar como elas são, o que elas estão pensando, se são felizes...
Aliás, feliz é a palavra, o que é ser feliz pra você? Qual o real significado da palavra felicidade? Será que realmente ela mora ao lado e somos tão cegos ao ponto de não perceber? Será que a felicidade ta guardada? Escondida? Ou já se jogou do penhasco?

Enquanto eu comia um desses lanches podres do império capitalista, estava eu lá triste por estar me sentindo sozinha no meio de tantas pessoas, triste por não ter com quem compartilhar minhas coisas, minha vida, triste por não ter alguém ao meu lado pra dar e receber carinho, enfim falando reto e cru, estava lá eu na síndrome da carência master plus precisando de um pouquinho de atenção e afeto masculino e me perguntando se aquele alguém um dia volta, ou se um outro alguém aparecerá, ou se o ninguém será minha companhia pra o todo e sempre! Nossa, mas que novelinha mexicana, vou escrever o roteiro e mandar para o Senor Abravanel, quem sabe assim uma boa oportunidade pra eu trabalhar na área! Haha
Mas whatever, esse não é o ponto (eu sei to enrolando), enquanto eu tava lá sentada com esse monte de perguntas e lamentações na cabeça, chegou uma família onde havia uma senhora e um garoto com síndrome de down, e chegaram eles felizes pra jantar no shopping com a família... parei, olhei, e aquele nó na garganta que já estava comigo apertou mais. Pensei comigo, porra eu aqui me lamentando por amores achando que o mundo vai acabar por eu estar pela 1ª vez na vida solteira, achando que tá foda conseguir me adaptar a essa nova vida porque ando me sentindo muito sozinha, me lamentando por pensar que posso ter perdido a pessoa certa de vez ou que eu não vá encontrar a pessoa certa, me sentindo mal por ser a única lá sentada comendo sem companhia no shopping... enfim me lamentando por coisas tão pequenas perante ao que eu tinha acabado de ver, foi tipo um soco na boca do estômago e falei pra mim mesma, você acha que você tem problema? Você acha que seus problemas são tão difíceis assim?
Me senti frágil e ridícula perante a alegria e força deles, a força de viver!

Aí a minha cabeça foi à mil de vez, parei pra analisar tudo o que tenho e tem gente que não tem nem a metade que eu tenho e é feliz. Na hora meus olhos marejaram e eu parei por um momento pra agradecer pelo meu corpo perfeito, por mais que eu me queixe das estrias e gordurinhas extras, ele é perfeito na sua forma externa e interna, agradeci pelo meu emprego, mesmo não sendo o emprego que quero pra mim, mas com ele eu pago minhas contas e compro o que preciso, agradeci pelo meu alimento, que alias naquela hora estava eu comendo um luxo de comida capitalista lixo que por sinal é a menina dos olhos de muitas crianças iludidas pelas aparências, agradeci pela minha família, que mesmo parecendo distante na maioria das vezes, hoje sei que nela eu posso encontrar abrigo, agradeci pela minha saúde, que mesmo por já ter passado por alguns perrengues hoje meus exames mostram que eu estou curada, agradeci, agradeci... e me senti pequena diante de tudo aquilo, e me questionei o porque não estar feliz naquele momento. Esbocei um sorriso, levantei e fui embora pensando, andando devagar, cabisbaixa.
Quase chegando em casa, já não agüentando mais o próprio peso dos meus ombros parei no meio da rua e me sentei em um jardim... chorei... quando olhei pra cima uma estrela cadente cortou o céu! Linda! No mesmo instante fiz meu pedido, pedi com muita força! Eu chorava mais e mais, mas dessa vez com um sorriso, um sorriso de que algo me dizia pra não perder as esperanças, que tudo vai ficar bem, que as coisas vão se acertar. Nunca tinha visto uma estrela cadente e foi uma coisa incrível, como um sinal pra me mostrar que não estou tão sozinha assim quanto eu penso.
Cheguei em casa ainda meio atordoada pensando em mil e uma coisas, pensando nos sinais que a vida nos dá e que cabe a nós saber observar, entender, abraçar ou ignorá-los.
Problemas fazem parte da nossa vida, mas somos nós que aumentamos ou diminuímos ele.
Chega uma hora que a gente cansa, cansa de querer acertar, de querer lutar, mas ai algo vem e nos acorda, e precisamos disso sempre, chacoalhões são bem vindos, já levei alguns, mas acho que ainda preciso de mais alguns, ou tomar vergonha nessa minha cara mesmo!



[ na dúvida não fique em cima do muro, abra os braços e caia para um dos lados ]

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