terça-feira, 22 de julho de 2008

Borrão

Tudo aqui me lembra você
No meu quarto te encontro em cada canto
Na minha cama, nas minhas gavetas, nas minhas roupas, no meu armário
Te encontro na sala em cima do sofá, sobre o tapete
Sentado na cozinha jantando ao meu lado
No banheiro tomando banho enquanto escovo meus dentes
Te vejo através da janela correndo no quintal
Ligo o computador e te vejo ali em cada foto, em cada pasta, em cada arquivo
Tudo tem seu cheiro, seu jeito, seu olhar, seu sorriso, seu abraço
Aquele abraço único que me faz sentir a mulher mais protegida do mundo
Andando pelas ruas corro os olhos por entre as grades, prédios e carros procurando pela sua imagem
Como um fantasma, como um simples corpo que perdeu sua alma perambulando sem rumo
Rumo, tomar um rumo, mas que rumo?
Minha vida está pintada num papel com tinta aquarela, a água que caiu sobre o papel borrou e já não é possível identificar a tal pintura, decifrá-la
Perderam-se os contornos, as cores desbotaram, as formas já não existem
E tudo virou um grande borrão
Os momentos, as palavras, os gestos
Tudo junto em um único e grande borrão em que se transformou minha vida


Até quando isso, hein?

Um comentário:

Caio Bruno disse...

Hummmm o que é isso?
Recaída ou ficção? Rs...