quarta-feira, 22 de outubro de 2008

O bar vazio
E ela alí sentada na companhia de algumas cervejas amargas e alguns cigarros amassados
A brisa artificial do ventilador engordurado
E a música que toca, as imagens que passam na TV
Ela lembra dele
Ele lembra dela?
Mais um gole na cerveja, mais um trago no cigarro
Ela engole a lágrima e canta a canção que toca
Companhia
É essa a companhia que ela tem
Ela tem saudades
Tem vontades
As coisas não dependem só dela
Mas ela tem calma, paciência
Mantém os pés no chão
Sabe que ele não pertence à ela
E não cria ilusões
Porque ele nunca trocaria o certo pelo duvidoso
Não arriscaria
Ela não tem nada a perder
Não tem medo, nem vergonha de dizer o que sente
Diz assim dizendo, colocando a cara a tapa
Se dá certo ou não, pouco importa, ela diz, não guarda mais
Não quer mais perder tempo e oportunidades pelo simples medo de dizer as coisas



O tempo passa, os dias passam, as pessoas passam, e não dá pra deixar pra lá ou deixar que tudo isso passe em vão
Cada minuto é precioso, cada palavra, cada gesto
E desperdiçar tudo isso é um crime inafiançável
Quero poder respirar cada momento, cada sorriso
Quero poder tocar cada corpo, cada palavra
Só quero vivenciar tudo intensamente como se fosse o último dia da minha vida
Quero deixar meus poros abertos para dar e receber tudo o que estiver ao meu alcance
Eu quero é viver, não importa como
Mesmo as vezes desejando querer morrer
Desejando querer dormir profundamente e não acordar mais
Ainda há uma luz que pede pra que eu me mantenha acordada
E enquanto essa luz não se apagar, continuarei aqui, sempre
Resistindo aos temporais

Nenhum comentário: