quinta-feira, 16 de outubro de 2008

Embarque

Com a cabeça cheia, ele deitou e dormiu
Hoje acordou confuso
Ele quer explodir, correr, mas não quer deixar seu porto seguro
Medo?

Ela acordou confiante, assim como o sol que saiu pela manhã
Confusa ela não se sente mais
Sabe o que quer
Sabe?

Ela escreve canções
Ele tormentas
Ela tem esperança
Ele não se sabe

Eles se cruzam em uma estação de trem
Ela de malas prontas para embarcar
E ele com as malas feitas pela metade

Ela se dispõe a ajudá-lo a terminar as malas
Ele não sabe
Ela estende a mão chamando-o para o embarque
Ele não sabe

O trem chega
Ela quer embarcar
Mas ele congela na plataforma
E ela não quer embarcar sem ele
Mas ela não pode obrigá-lo a seguir com ela
Só ele pode decidir
Ela dá as cartas
E ele que faça sua escolha

O trem parte
E os dois ficam na plataforma esperando o próximo trem
Ela congela torcendo para que ele se agarre à ela
Ele congela com a cabeça a mil em busca de uma solução

Eles ficam alí parados com as malas nas mãos
Ela não quer desfazer suas malas, não agora
Tem o coração na mão na esperança de que ele virá
E a certeza de nada
A vontade de querer se entregar da cabeça aos pés
Mas sabe que não pode dar o passo maior que a perna

Ela não sabe o que se passa em sua cabeça
Mas às vezes ela gostaria que ele não fosse assim tão completo
Às vezes ela reza por um erro
Por um defeito
Mas não encontra, não vê
Porque ele é assim, completo
E quer fazer parte do seu mundo
Assim como ele já faz parte do mundo dela

Escutam um apito vindo de longe
Se olham
É o próximo trem...

Um comentário:

Caio Bruno disse...

O seu blog é o mais foda de todos!
Parabéns!